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15.1.09

Mais uma liderança indígena é assassinada

MNDH exige ação efetiva do governo federal para o caso do assassinato de Valmirei Zoromará.
Mais uma liderança indígena foi vítima da extrema violência da sociedade brasileira. Desta feita foi Valmirei Zoromará – a líder indígena Paresi - assassinada a tiros, na ultima sexta-feira, 9 de janeiro, perto de Nova Marilândia, na região de Diamantino, no estado de Mato Grosso, enquanto pescava com 13 familiares.
Segundo depoimento de seus filhos - Kleberson e Kelly Zoromará - todos estavam pescando em uma represa do córrego Cágado, pertencente a Sebastião de Assis, quando foram alvejados por um funcionário da fazenda, que gritava: "Seus ladrões de peixes".O gerente da propriedade, Ismael Rosa Lima, já confessou o crime e está preso.
O histórico de violência contra a líder indígena Valmirei Zoromará pode ser aquilatado pelo depoimento de sua filha Kelly Zoromará, que numa audiência pública sobre o Zoneamento Socioeconômico e Ecológico de Mato Grosso revelou que sua mãe retirou toda a família da aldeia, porque eram constantemente ameaçados de morte.
A aparente banalidade do motivo do assassinato - o suposto roubo de peixe - esconde uma verdadeira razão: a área onde Valmirei foi assassinada foi doada ao grupo Zoromará - no início do século passado - pelo marechal Cândido Rondon e a demarcação da reserva está em fase de estudos, devendo ser homologada ainda este ano.
A região vive situação tensa desde 1992, com fazendeiros ameaçando constantemente os índios. Portanto, não se trata de um crime banal, por motivos fúteis.
Trata-se de uma perseguição sistemática e histórica contra as comunidades indígenas brasileiras e que merece uma resposta mais efetiva por parte das autoridades brasileiras.
O Movimento Nacional de Direitos Humanos - MNDH exige que autoridades federais assumam o caso, dêem um basta nesta violência e garantam a terra para as comunidades indígena.
Brasília, janeiro de 2009

Um comentário:

Anônimo disse...

O que motiva alguem tirar a vida de uma pessoa? Quem apoiaria isso?
Um ato vil e covarde em defesa da ambição cega e inconformada de que outros também tenham direitos? Aumenta assim o nosso, já gigantesco débito histórico com os indígenas brasileiros, claramente identificados como donos naturais de seus espaços. Porque morosidade tão grande e sem medidas cautelares no interregno das soluções? Que possamos acordar para o que é justo e perfeito, antes que seja muito tarde.

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