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27.1.09

Advogado de entidade do MNDH é assassinado na Paraíba

No dia 24 de janeiro, no Estado da Paraíba, foi brutalmente assassinado Manoel Mattos, advogado de entidade filiada ao Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH). Manoel era advogado militante e morreu aos 40 anos, deixando três filhos e sua esposa. O crime ocorreu na região de praias de Pitibu onde passava o fim de semana com amigos. As informações que nos chegam é que sua morte não foi por acaso, nem por engano, considerando sua atuação na defesa da vida. Atuou na CPI do narcotráfico como assessor do Deputado Federal Fernando Ferro (PT/PE) e contribuiu nas investigações da relatora da ONU, Asmah Jarraji, sobre execuções sumárias no Brasil. De acordo com os colegas do Pernambuco e do Piauí, o crime foi cruel e os tiros foram à queima roupa, não restando à menor dúvida de que se tratava de uma execução.
Dois homens com seus rotos protegidos por panos renderam todos que estavam com Manoel Mattos e diante de deles disseram: "é com você mesmo..." e dispararam dois tiros, o primeiro de doze a queima roupa dilacerou o seu coração e o segundo quando estava tombado, na cabeça. Na sexta-feira, será realizada a Missa de 7º dia e esperam-se centenas ou milhares de pessoas de vários estados.
Manoel Mattos era um advogado militante dos direitos humanos, defensor dos trabalhadores, em particular atuou nos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais da Mata Norte. Fundou o PT no município de Itambé-PE, foi vereador e presidente da Câmara Municipal daquela cidade e era 2º vice-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) em Pernambuco. No período da atuação da CPI da Violência ele foi um dos que denunciaram grupos de extermínio, com participação de policiais militares, que atuavam na região de fronteira entre Pernambuco e Paraíba.
Em função desta sua militância corajosa, viveu um período recente sob proteção policial, pois as ameaças de morte eram constantes. Por volta de um ano atrás a proteção policial foi desativada e agora tivemos este desfecho trágico.Justificar
Por conta de o crime ter ocorrido no território da Paraíba, competirá à polícia daquele estado a investigação e apuração.

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